
nossa filosofia
Pai Lelinho
Pai Wellington de Xangô, conhecido como Pai Lelinho, teve seus primeiros contatos com a Umbanda quando menino, mas nunca imaginou que um dia receberia a missão de ser Pai de Santo. Quando criança, teve uma experiência mais breve, pois seus pais frequentavam um terreiro esporadicamente. Foi aos 21 anos, ao se mudar para Curitiba, que conheceu o Terreiro Pai Maneco, onde traçou a sua caminhada e desenvolvimento mediúnico por treze anos.
Começou a frequentar o Terreiro Pai Maneco na assistência, junto aos seus pais e dois irmãos. O que chamou atenção naquela maneira de tocar a Umbanda foi uma consulta com o Caboclo Akuan, entidade que trabalhava com o Pai Fernando de Ogum. Ao ouvir o problema relatado, recomendou à sua família que ascendesse apenas uma vela branca. Isso causou surpresa, porque com isso entendeu que a prática da Umbanda pode ser feita através de simples atos de fé e humildade, sem extravagâncias.
O jogo de Obi mostrou que seu orixá regente é Xangô, nunca duvidou da veracidade disso. Tem fé em seu Orixá desde início de sua caminhada. Ao pisar no terreiro teve outra questão que chamou bastante atenção: o atabaque. Assim, após frequentar a assistência, entrou para a corrente mediúnica e conquistou a sua primeira responsabilidade: Ogan. Mais especificamente em 2004, na gira do Pai André de Xangô. Nessa mesma fase, sua mãe, Maria Lúcia, filha de Iansã, foi responsabilizada como capitã do terreiro; seu pai, Luiz Carlos, filho de Ogum, como Samba de terreiro. Sua jornada nunca foi sozinha, sempre teve como alicerce a sua família.
Posteriormente, frequentou as giras do Pai Jussaro de Ogum, mais ou menos um ou dois anos, também como Ogan. Em 2008 frequentou a gira do Pai Bitty de Ogum, onde foi Ogan e Capitão. Após anos de contato com o atabaque, foi em uma reunião com o Pai Bitty de Ogum que ele; seus irmãos, Leandro e Leonardo; e seu pai Luiz Carlos; deram nome e corpo para o talento com o atabaque. Assim nasceu Os Encantados. Um grupo musical, composto por sua família, tocava pontos de Umbanda, inclusive, fora do terreiro, porque faziam shows em vários estabelecimentos de cidade.
No Terreiro Pai Maneco teve sua trajetória marcada também pelo Pai Fernando de Ogum, Mãe Lucília de Iemanjá e Mãe Denise de Ogum. Sua história nesse terreiro teve a durabilidade de treze anos. Foi lá que desenvolveu afinidade com as suas entidades e seu amor pelo atabaque. Casou-se com a Evillin, filha de Iemanjá, atual mãe pequena do terreiro Pai Barnabé de Angola; e batizou seu filho Miguel. Mãe Evellin também é muito presente e ajuda a manter o terreiro. Dois mil e treze (2013) foi o seu último ano no terreiro Pai Maneco, ano de falecimento da sua mãe, Maria Lúcia. Após isso, ficou sete anos afastado da Umbanda.
Quando deixou Curitiba, retornou à Cascavel, cidade que havia morado durante parte da infância. Nesta época fez uma promessa para as suas entidades. Caso o pedido realizasse, dedicaria à vida de Pai de Santo. O pedido aconteceu, então foi necessário buscar meios para que isso se concretizasse. O primeiro passo do desafio foi o cruzamento. Feito pela Mãe Lucília de Iemanjá, em Curitiba, em uma gira de mata do Terreiro Pai Maneco, no ano de dois mil e dezenove (2019).
O processo de montar um terreiro é extremamente desafiador. A Umbanda sofre uma série de preconceitos, achar um local é uma tarefa que exige muita paciência, principalmente se o recurso é escasso. Foi feita uma reunião com poucas pessoas e alguns interessados em participar do Terreiro Pai Barnabé de Angola. Aliás, o nome do terreiro é do preto velho Pai Barnabé de Angola, mas a entidade dirigente é o Caboclo Sete Trovoadas. Após encontrar alguns adeptos, foram em busca de um local.
Muitas portas se fecharam durante a procura, mas O Caboclo auxiliou e mostrou onde seria a casa, próximo ao Lago Municipal de Cascavel. O terreno estava em condições críticas, então foi feita uma força tarefa para que ficasse apresentável. Após a limpeza, as giras aconteciam na cozinha e com um “congá imaginário”. O corpo mediúnico era pequeno, mas com o tempo, a dedicação e o amor, ele cresceu; a casa aumentou, mudou de local e se estruturou.

nossa filosofia
Umbanda Portas Abertas
Somos Portas Abertas para quem tem curiosidade em conhecer e acolher, independente do credo, gênero, sexualidade, cor, raça ou etnia. Vale ressaltar que somos abertos ao público, mas temos nossas regras de convivência. Então, para quem tem curiosidade e interesse em conhecer a nossa casa, é de suma importância estar disposto a compartilhar a experiência com respeito e cabeça aberta. Respeito diante às regras da casa. Cabeça aberta ao despir de preconceitos e julgamentos precedentes.